A presidente Dilma, após falar em Davos que seu governo investe bastante em infraestrutura no país e relaxar em Lisboa, foi a Cuba anunciar mais investimentos na ilha caribenha. Dilma disse que ”O Brasil acredita e aposta no potencial humano e econômico de Cuba”. Como prova, toma mais R$ 700 milhões nossos!
Escutei agora há pouco na CBN o comentarista Kennedy Alencar defendendo a medida. Segundo ele, faz todo sentido do mundo do ponto de vista econômico. Não são coisas excludentes investir em nossa infraestrutura e na cubana. Para a esquerda, recursos não são escassos; brotam no chão ou caem do céu.
Kennedy Alencar disse, ainda, que a decisão é totalmente pragmática. Ou seja, não há elo algum com a afinidade ideológica entre o PT e a ditadura comunista dos Castro. Os investimentos beneficiam várias empresas brasileiras menores, que fornecem para a Odebrecht, grande favorecida com a obra. O dinheiro, portanto, retornaria ao nosso país.
Lógica interessante. Vamos construir portos no Quênia então! Quem precisa de melhores portos no Brasil? O Porto de Mariel será muito mais importante para nossa economia na frente. Kennedy Alencar vislumbra enorme potencial logístico em Cuba, e aplaude o Brasil sair na frente nessa corrida por investimentos na América Latina. De fato, o mundo todo está ávido por investir em Cuba!
Posso até ver Cuba quase como um Panamá em poucos anos. Raúl Castro é visto como pragmático, e vai abraçar o modelo chinês. Liberou até a importação de carros: um médio não sai por menos de US$ 200 mil, mas é um primeiro passo. Não sejamos pessimistas…
E não vamos esquecer das trocas comerciais entre os dois países. Kennedy Alencar lembrou que Cuba exporta médicos para cá. Ou seja, são trocas “voluntárias” entre dois países pragmáticos, de olho do bem comum. Só que não!
Do lado brasileiro, o que temos é o melhor exemplo de “capitalismo de estado”, nome injusto criado sob medida para manchar a imagem do capitalismo. Mas a essência é simples, e parecida com o fascismo de Mussolini: o estado é o Todo-Poderoso, em conluio com sindicatos e grandes empresas. Deem uma olhada no crescimento espantoso da Odebrecht nos últimos anos.
Do lado cubano temos o de sempre: uma ditadura feudal, que trata o povo todo como escravo e a ilha como propriedade particular dos Castro, acenando timidamente com um pouco mais de abertura só para o regime sobreviver mais tempo, tudo financiado com nosso dinheiro, agora que os petrodólares venezuelanos deram uma “secada” e a Argentina afundou em crise.
Não seria paranoia alguma suspeitar de que parte dessa montanha de dinheiro retornará para o Brasil sim, mas não da forma ingênua que Kennedy Alencar pensa, e sim como caixa dois de campanha para o PT. Não custa lembrar que há precedentes, e que Fidel teria mandado dinheiro em caixas de uísque para a campanha de Lula, sem falar da participação das Farc no financiamento de campanha também.
Tem que ser muito bobinho – ou agir de má-fé – para espalhar por aí que esses investimentos todos em uma ilha miserável como Cuba são o resultado de decisões altamente racionais do ponto de vista econômico, visando ao bem geral dos brasileiros. Pergunto-me se o jornalista realmente acredita nisso. Caso afirmativo, aviso que o Coelhinho da Páscoa mandou lembranças…
Rodrigo Constantino
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